sexta-feira, 27 de abril de 2012

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Lucena

Esta é Lucena! Inspiração do poeta!
Sacrário de beleza onde se encerra
Todo o feitiço da canção dileta
Do maior trovador da minha terra!

Neste céu, neste mar, nestas areias,
Vindas de qualquer parte da amplidão,
Flamejam cena de lembranças cheias
Do nosso grande Américo Falcão!

Aqui deixou seu coração plantado
Como nicho de glória permanente...
Abrigando as saudades do passado!
Jorrando as esperanças do presente!

Em cada leque de coqueiro altivo
Que, buscando as alturas, se alçandora!
O poeta vive cada vez mais vivo
Como se fosse uma visão de outrora!

Quedam-se vagas num rumor de festas!
Das brisas surgem divinais arpejos!
E a praia vive instante de serestas
Escutando soluços de realejos...

Por isso é que Lucena, radiante,
Senti em tudo que Américo escreveu,
Fulgurações de estrela cintilante
Emoldurando o panorama seu!

É que ele trouxe a sua Praia amada,
Do grande amor as verdadeiras provas,
Conservando-a risonha, iluminada
Pelo facho de luz das suas trovas!...

Descreveu, com bastante propriedade,
Através de raríssima cantiga,
A vida feita de simplicidade
Da gente humilde que Lucena abriga!

Exaltou o bramir do mar profundo
Na força dos segredos que o detém!
Falou do luar mais belo desse mundo
Nas noites que ele amou como ninguém...

Hoje, o poeta de Deus, lá das alturas,
Longe de tudo que ele quis demais,
Evocando estampidos e bravuras,
Quando o vento agitava os coqueirais,

Espraia as vistas sobre a terra, espraia!
E, no mistério que pelo ar flutua,
Ele fica do céu olhando a Praia
Porque Lucena é cada vez mais sua!

É quando a noite triste se debruça
Por sobre o mar! E a bruma que serena
São lágrimas do poeta que soluça
Lembrando as madrugadas de Lucena!

Entre lampejos de recordação,
Numa aquarela de saudade plena,
Lucena lembra Américo Falcão!
Américo Falcão lembra Lucena!

Quem visita Lucena pensa nele!
Quem diz os versos dele - pensa nela!
Porque no fogo das estrofes dele
Crepita a chama da beleza dela!

A Praia e o Poeta em toda parte estão
Formando um todo de beleza e Glória!
Lucena sem Américo Falcão,
Ninguém escreveria a sua história!...

Os dois se uniram para sempre!... Agora
Toda a manhã Lucena, prazenteia,
Sente o beijo do Poeta em cada aurora
Iluminando a Paraíba inteira!

Por isso à tarde quando o sol desmaia
Envolvendo Lucena em longo véu,
A alma do poeta vem do céu à praia
Para fazer da sua terre um céu!  

                     

          Jansen Filho                                                                                                                  







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